Encerrou hoje o seminário “A Investigação Criminal na Era da Informação”, promovido pela ADEPOL-SC com o apoio da Delegacia Geral. Ao todo, participaram 210 pessoas nesses dois dias de evento, que trouxe palestrantes renomados de todo o País para troca de experiências e apresentação de cases de sucesso e os modernos recursos, instrumentos e meios de investigação criminal empregados na atualidade.
O segundo dia começou com a palestra “O Funcionalismo da Investigação Criminal”, de Francisco Sannini Neto, Delegado de Polícia de São Paulo, lotado na Delegacia de Investigações Gerais de Guaratinguetá – Deinter 1. O Delegado Sannini provocou diversas reflexões nos participantes sobre a importância da investigação. “Não se faz justiça sem uma investigação criminal. A partir do momento que se constata a prática de um crime e se inicia uma investigação, a sociedade entende que o investigado será punido. E isso aumenta a confiança na Segurança Pública”, salientou.
Ele lembrou que os crimes hediondos surgiram devido a um crime muito comum realizado há alguns anos: extorsão mediante sequestro. Devido ao sucesso das investigações criminais, esse tipo de crime praticamente não existe mais. “O número de sequestros relâmpago em São Paulo reduziu drasticamente, e isso se deve à eficiência das investigações. O cidadão não vai praticar um crime que ele sabe que será preso”, revelou o Delegado, que enncerrou a palestra com outra reflexão muito importante no dia a dia de uma Delegacia: “Mais do que identificar o autor do crime, é preciso restaurar a circunstância que existia antes da prática do crime, ou seja, devolvendo o objeto roubado à vítima”.
A segunda palestra foi com Oscar Vieira de Araújo Neto, Delegado de Polícia da Bahia e coordenador do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro da Superintendência de Inteligência da SSP/BA. O tema foi “A natureza jurídica do Relatório de “Inteligência” Financeira (RIF) do COAF e sua (im)possibilidade de utilização em procedimentos investigatórios. Ele abordou algumas temáticas de extrema importância para a polícia, como a finalidade da Investigação, da Inteligência e da Prova.
A tarde começou com a palestra de Anselmo Firmo de Oliveira Cruz, Delegado de Polícia de Santa Catarina, titular da Delegacia de Roubo e Antisequestro da DEIC (DRAS/DEIC), que trouxe como tema “O impacto das novas tecnologias na investigação criminal”. Ele citou os novos crimes realizados através da internet, como estupro virtual, criptomoedas, sequestro de dados, invasão de dispositivo e o golpe do WhatsApp clonado, por exemplo, que já fez mais de 8 milhões de vítimas no Brasil. “O crime sempre evoluiu conforme as oportunidades, esses nada mais são que velhos crimes, porém cometidos por novos meios. Por isso a polícia precisa evoluir também nos meios de investigação”, enfatizou o Delegado.
Em seguida, o desembargador federal aposentado Vladimir Passos de Freitas, coordenador da equipe de assuntos legislativos do MJSP, apresentou o Pacote Anticrime do Ministério da Justiça Segurança Pública. E para encerrar, o Delegado de Polícia do Piauí, Alesandro Gonçalves Barreto, lotado na Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública, falou sobre a busca de evidências no ambiente cibernético, trazendo como exemplo inúmeros golpes e crimes praticados na Internet.
O presidente da ADEPOL-SC, Rodrigo Bortolini, comemora o sucesso do evento, com a participação de tantos delegados e policiais civis interessados na oportunidade de se capacitar e se qualificar cada vez mais. “Esse tipo de evento exerce um papel fundamental no conhecimento de nossos delegados, pois a troca de experiências é muito importante na nossa profissão, por isso eu parabenizo cada um dos delegados que esteve presente nesses dois dias de evento. Agradeço também a ACADEPOL pela disponibilidade do local e ainda a equipe da ADEPOL-SC pela organização e empenho em fazer acontecer”, destaca Bortolini.
O seminário foi realizado na ACADEPOL e arrecadou em torno de 350 kg de alimentos não perecíveis, que serão entregues ao projeto ASAS, instituição de Canasvieiras que atende crianças e adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade e/ou risco social.